Wagner Moura: cantor de música brega, com paixão

Ele é um dos melhores atores da sua geração. Mesmo quem não aprecia a montagem de Aderbal Freire Filho, reconhece o impacto do seu Hamlet. Agora, no papel de líder de uma banda de rock – muito boa, por sinal – Wagner Moura dá mais um exemplo de versatilidade.

Criada em 1992, nos corredores da Universidade Federal da Bahia, onde Moura cursou jornalismo, a banda Sua Mãe havia sido deixada de lado nos últimos anos. A turma, porém, voltou a se reunir em meados do ano passado, em Salvador. O primeiro show em São Paulo ocorreu na madrugada deste domingo, no Studio SP, na rua Augusta, coração da cidade.

Foi um show consagrador. Moura diz que a banda tem influência do rock inglês dos anos 80 (o que talvez seja verdade em sonho), mas o seu foco visível é a dedicação ao repertório do cancioneiro brega brasileiro (“prefiro dizer da música superpopular brasileira”, define o ator).

Diante de uma platéia histérica, majoritariamente feminina, o ator cantou com gosto e talento pérolas de Marcio Greyk, Waldick Soriano, Reginaldo Rossi (“saí da sua vida de cabeça erguida”), Altemar Dutra (“para que maltratarmos o amor?”), Roberto & Erasmo, além de composições próprias, como “Prefixo Solidão”. Diferentemente de projetos como a banda Vexame, de Marisa Orth, a releitura do cancioneiro brega é feita com paixão, sem ironia explícita – o que dá mais força ainda ao trabalho.

Wagner Moura não é cantor, mas não passa vergonha com a voz. Mais: exibe-se no palco com uma segurança impressionante – como se fosse um músico profissional. O seu parceiro principal é Gabriel Carvalho (guitarra), colega dos tempos da faculdade. Os outros integrantes da banda, que parecem se divertir a valer, são Leco (bateria), Serjão (baixo), Ede (guitarra base e vocal), Tangre (teclados e vocal) e Claudinho (violão, ritmo e vocal).

A poucos dias da estréia de “Hamlet” no Rio de Janeiro, depois de cumprir carreira muito bem-sucedida em São Paulo, Wagner Moura parecia muito à vontade no papel de líder de banda.

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Fonte: Blog do Mauricio Stycer
Agradecimentos: Juliana Dantas
Texto editado por Andressa Santos